Cais do Ginjal - (parte II)
Imagem e reportagem, José Figueira
Pergunto-me como se sentiria a Senhora Presidente de Almada Inês de Medeiros se, num cenário forçado e hipotéctico, recebesse ordem de "despejo"da casa onde mora há anos. Casa onde construiu o seu Lar?
Estendo a pergunta aos restantes colaboradores da Senhora Presidente que a assessoram e apoiam nestas decisões: se vos desalojassem e às vossas famílias, às portas da Páscoa, enfiando-vos num gimnodesportivo "ao molho" como se sentiriam?
Friso, como frisei aqui, que não concordo que se ocupem espaços públicos à revelia das regras que nos regem a todos e a que devemos obedecer com prejuízo de, se não forem cumpridas, a vida em sociedade se tornar um caos!
Mas de certeza que não foi devido ao perigo de ameaça de derrocada da arriba que estes moradores foram expurgados das suas casas. A arriba já está em risco há anos, sem que agora tenha chovido demasiado agora ou a terra tremido recentemente. Como as casas adstritas à arriba, algumas a cair de podres, não estão tão mal, que não sirvam para muitas essas pessoas morarem há anos. Muitas já na 3.ª geração.
Não! Não é essa a única razão! Não houve nenhuma situação de derrocada, descalabro tanto da Arriba como das casas, arrastando tudo para o Tejo, logo ali; que, a havê-la, pode realmente pôr em risco quem por ali passeasse ou vivesse.
Contudo, "esse perigo iminente" dura há décadas! Sem nunca haver pressa para barricar o acesso e expulsar "residentes". Enfim! Palavras para quê?!
Como igualmente disse na publicação anterior, esta situação devia ter sido acautelada há muito tempo! Conferir-se dignidade ao espaço, o que traria receitas à autarquia. Dinamizaria o lugar com turismo de qualidade e espaços de lazer, à semelhança da margem norte. Mas aqui, não!
A margem sul não merece... aqui só há, camelos!
Então barrica-se, despeja-se, atira-se com avós, pais, filhos e netos para um pavilhão e "a seu tempo" resolve-se. Porque está a resolver-se. Está sempre a resolver-se! E o mal é este!
Fazem o que querem das vidas dos votantes. Tratam o povo como montes de esterco, porque concentram o poder nas mãos. E nós damos-lho! Quando nos pedem que votemos neles e nelas... tão preocupados connosco que cativa! Comove até às lágrimas!
São estes os governantes que temos?! Que de cara lavada se apresentam a eleições, após investigações que dão em nada e ousam levantar as vozes para alardear injustiças e honradez?!
Fez-se um 25 de abril para isto?! Suporta-se isto e não só, ainda!
Fosse só o Cais do Ginjal um exemplo, mas lamentavelmente não é!
Assim a Senhora Presidente e os seus Vereadores; o presidente do PSD e outros, passarão a sua Páscoa felizes, no conforto dos seus vários lares, ou resorts de luxo a contento dos "pequenos" que terão solicitado aos pais visitarem nestas férias.
Fonte: Direitos de textos e de imagens que apoiam esta publicação e mostram como poderia ser outro o Cais do Ginjal, devidamente atribuídos e respeitados.