Castelo de Beja


Não me importa o que os outros dizem. Gradualmente afasto-me mais e mais de gente e era muita, muita a gente por aqui, da qual eu fugia, procurando avidamente os espaços vazios por momentos. Pensava para comigo que, lá para o Outono, talvez no Inverno, caso o passa fazer, retornarei. Gosto de visitar com calma e o respeito que merecem estes sítios. Discernir sobre cada recanto, pedra, adro, terreiro…


Costumo ter grandes conversas com as pedras. Perguntar aos enormes cedros e demais árvores por perto, como era a vida, por aqui?
O que terão visto de monta que possam confidenciar-me, sem querer saber pormenores sórdidos ou imiscuir-me nas decisões que os antigos tomaram e nos granjearam o país que temos; que estes, os de hoje, vendem e estragam sem tino, nem gratidão. Nunca obtive resposta!


Talvez almoce nos muitos lugares perto. Enquanto coma, compare o meu pobre repasto com os banquetes da época, acompanhados a alaúde e a voz de menistrel.
Pelos meus olhos passem os trajes das damas, os dos cavalheiros e tenha um vislumbre do rei...


À entrada existe esta laje com a inscrição:
"Aqui jaz Afonso Vaz Viegas. Santa Gloria Aja. Faleceo a Nove Dias de Março de 1507 Anos. Rogad a Deos Por Sua Alma."


Ridicularizarem-se a si e aos demais... que, com tal, não querem ter pacto.