Os "Anjos" do Humor e os outros seres viventes.
Imagem: The Conversation
Herman José, esse grande animador de palcos, senhor da crítica e do riso e antes dele outros, sempre caricaturaram os sectores todos da sociedade, não poupando políticos ou privando-se de apontar mira a quaisquer, situação nacional, ou estrangeira e, no seu jeito às vezes pantomineiro ou de "gume afiado", sempre mantiveram uma certa elegância e bom senso nas suas intervenções ou "bonecos" parodiados.
Hoje temos uma geração de humoristas intelectuais, presumidos, alguns cuja "graça" parece ter descido sobre eles, fruto de "mão divina", que se se permitem excentricidades e jactância vai além das fronteiras do razoável.
Hoje o humor ofende, humilha, destrói muitas das vezes vidas e relações. Causa graves transtornos aos "alvos" da piadola vulgar e desnecessária, ignorando toda e qualquer regra de liberdade do indivíduo e com quem ele se relaciona.
Hoje há quem ganhe a vida e bem, a arrasar a vida do outro! Prejudicando os filhos de quem se ataca que, vendo os pais serem pasto da maldade, inveja ou dislate, são os próprios achincalhados pelos futuros "profissionais da piadola fácil". Perseguem-se as "vítimas" do gracejo bacoco ou mórbido em toda a parte, ao ponto de criticar-lhe gesto, gostos, palavras, preferências, deficiências, não se respeita trabalho, amigos... tudo é permitido e está conforme para a maioria!
Não! Não acho que se deva amordaçar, punir, ou regular o humor como coisa que saindo daquele formato entra em território "imaculado".
Mas sou completamente a favor de que há "coisas" sagradas, como a idoneidade, a diferença, a família, a profissão, os sentimentos humanos... com que não se deve "brincar ao ponto do rebaixamento".
Não se pode cometer um crime e confessá-lo nas redes sociais a rir! Nem é lícito que se filmem actos que atentem contra a integridade física de alguém e se espalhem intencionalmente para acumular "likes".
Não se pode disparar a pedra contra o outro, convencido que um dia, não faça ricochete!